Ajuda financeira e cobrança de juros
Você cobra juros quando empresta dinheiro a alguém? Sabemos que o endividamento tem sido uma das principais causas dos problemas financeiros pelos quais as pessoas passam, e normalmente ter dívidas implica pagar juros. E juros, você sabe, são aquelas contas que ninguém deseja. O pagamento de juros pode levar as pessoas e famílias a situações muito delicadas, para dizer o mínimo.
Então, como estamos estudando Deuteronômio, encontrei uma orientação muito importante. Ela diz assim: “Não cobrem juros quando emprestarem dinheiro, comida ou qualquer coisa a um israelita. Vocês poderão cobrar juros dos estrangeiros, mas não cobrem de outro israelita, para que o Senhor, nosso Deus, abençoe tudo o que vocês fizeram na terra que vai ser de vocês.” (Deuteronômio 23.19,20)
Vamos entender a questão aqui. Pense em uma pessoa ou família que está financeiramente necessitada. É uma situação bem delicada e requer nossa atenção. Já abordei várias orientações da Palavra de Deus nas quais precisamos estar atentos às necessidades financeiras das outras pessoas. Precisamos exercer a generosidade por meio da ajuda financeira.
Se então uma pessoa ou família estiver precisando de uma ajuda emergencial, você precisa ajudar de verdade e não colocar mais uma carga financeira sobre essas pessoas. E a cobrança de juros é mais um peso financeiro para quem tem de tomar dinheiro emprestado. Por que então aumentar a pressão sobre quem já está sendo pressionado? Não há por que fazer isso. Não se justifica.
É certo que muitas pessoas se enrolam financeiramente por causa de sua má administração e acabam precisando pedir socorro financeiro na forma de dinheiro emprestado.
Contudo, não é por essa razão que deveríamos aumentar ainda mais a pressão sobre a pessoa. Ajude com dinheiro. Ajude com orientação, para que a pessoa não necessite mais pedir emprestado.
É claro que o ideal é cada pessoa viver uma vida financeiramente saudável e equilibrada, mas não somos perfeitos. Podemos errar e assim necessitar da ajuda de outros. Então por que cobrar juros se sua intenção é ajudar? Deixe os juros de lado.
No Novo Testamento, Jesus ampliou em muito essa orientação, dizendo o seguinte: “Amem os seus inimigos e façam o bem para eles. Emprestem e não esperem receber de volta o que emprestaram.” (Lucas 6.35)
Jesus sempre nos desafia. Esse caso aqui inclui emprestar até para o seu inimigo, e ainda sem esperar a devolução. Somente o Espírito Santo pode nos capacitar a fazer isso.
Conclusão: Se você tiver de emprestar dinheiro a algum necessitado, faça isso sem exigir o pagamento de juros. Mas antes de tudo converse bastante com essa pessoa e procure ajudá-la com orientação. Ajude com o dinheiro, mas também ensinando a pessoa a administrá-lo bem.
Paulo de Tarso é pastor, engenheiro e mestre em teologia. Fundou o Ministério Finanças para a Vida, que ensina pessoas de todas as idades a administrar o dinheiro de acordo com a Bíblia (paulodetarso@financasparaavida.com.br).
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