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Austrália deixa de reconhecer Jerusalém Ocidental como capital de Israel


Austrália deixa de reconhecer Jerusalém Ocidental como capital de Israel

A Austrália anunciou nesta terça-feira (18) que não reconhecerá mais Jerusalém Ocidental como a capital de Israel, revertendo uma decisão de 2018 do governo anterior.

O atual governo do Partido Trabalhista, de centro-esquerda, voltou a reconhecer Tel Aviv como a capital de Israel e reafirmou que o status de Jerusalém deve ser resolvido em negociações de paz com palestinos.

“A embaixada da Austrália sempre foi e permanece em Tel Aviv”, disse a ministra das Relações Exteriores, Penny Wong.

Em 2018, o então primeiro-ministro australiano Scott Morrison, que é evangélico e tinha um governo conservador, havia reconhecido Jerusalém Ocidental como capital de Israel. Wong, que é membro do Partido Trabalhista, alega que a decisão de quatro anos atrás foi tomada para ganhar votos em Sydney, que tem uma comunidade judaica considerável. 

Tanto os israelenses quanto os palestinos reivindicam Jerusalém como sua capital. 

Status de Jerusalém

Israel conquistou Jerusalém Oriental na Guerra dos Seis Dias de 1967 e depois a anexou em um movimento nunca reconhecido pela comunidade internacional. Durante décadas, a comunidade internacional sustentou que o status da cidade deveria ser negociado entre israelenses e palestinos. 

Para os críticos, declarar Jerusalém a capital de Israel inflama as tensões e prejudica as negociações de paz.

Nesta terça-feira, Wong insistiu que a decisão não sinaliza hostilidade a Israel. “A Austrália sempre será uma amiga fiel de Israel. Fomos um  dos primeiros países a reconhecer formalmente Israel”, disse ela.

“Não vamos oscilar em nosso apoio a Israel e à comunidade judaica na Austrália. Somos igualmente inabaláveis ​​em nosso apoio ao povo palestino, incluindo apoio humanitário”, acrescentou.

Decisão dos governos 

A decisão de Morrison em 2018 não foi recebida com empolgação em Israel, por não ter reconhecido a totalidade da cidade como a capital do Estado judeu e ter mantido a embaixada da Austrália em Tel Aviv. 

No ano anterior, os Estados Unidos, sob o então presidente Donald Trump, reconheceram Jerusalém como a capital de Israel e depois transferiram a embaixada americana para lá.

No mês passado, a primeira-ministra britânica, Liz Truss, disse ao primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, que está analisando a transferência da embaixada do Reino Unido de Tel Aviv para Jerusalém.

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