Carlito Paes sobre apóstolos e profetas: “Não dá para tirá-los das Escrituras”
O pastor Carlito Paes falou sobre os fundamentos bíblicos de uma igreja apostólica e profética na conferência Voz dos Apóstolos, realizada na semana passada na Igreja da Cidade.
“Durante muito tempo, a igreja evangélica tradicionalmente elegeu três dos cinco dons de governo e esqueceu dois. A igreja abraçou o pastoral, o evangelístico e o ensino — nada de errado nisso, são uma benção. Mas e os outros dois: apóstolos e profetas? Não dá para tirá-los das Escrituras”, disse Paes na sexta-feira (7).
“Evangelizamos muito, cuidamos das igrejas e geramos muitos mestres. Mas se você quer fazer com que algo esteja adormecido em sua igreja, não fale mais sobre isso”, acrescentou.
Paes lembra que o apóstolo Paulo, no livro de Efésios, estabeleceu cinco dons de governo para a Igreja, mas os ministérios apostólico e profético têm sido negligenciados ou distorcidos.
“Depois da Reforma Protestante, no século 16, foi dada uma ênfase muito grande na defesa da doutrina e da fé, para fazer contraponto com a fé romana. Mas não se deu ênfase na igreja apostólica e profética”, afirmou.
Ele, que tem raiz batista, observa que igrejas tradicionais como batistas, presbiterianas e metodistas, “têm um pastor ou bispo, um ministro de ensino, e um ministro de evangelismo e missões, porque essa estrutura é mais fácil de controlar.”
“Não estou dizendo que isso é feito por maldade, mas nós temos uma tendência de controle. No momento que você tem apóstolos e profetas, você sabe que o mover do Espírito Santo não pode ser literalmente controlado por um sistema.”
Por outro lado, Paes diz que quando não há um ensino bíblico sobre os ministérios apostólico e profético, há muita “distorção do que é biblicamente apostólico e profético”.
Carlito Paes na conferência Voz dos Apóstolos 2022. (Foto: Global Awakening Brasil)
“Surgiu muita meninice, muito vento que não tem consistência bíblica. Agora estamos vendo Deus levantar ministérios, como o de Bill Johnson e Randy Clark, para restaurar isso na igreja americana e brasileira. Os livros de Randy Clark são livros bíblicos, que unem as Escrituras e testemunhos que testificam o ensino”, disse.
A letra mata, o Espírito vivifica
Carlito ressalta que a sociedade não será verdadeiramente transformada apenas pelo ensino, mas pela prática dele, por meio do Espírito Santo.
“Antes de sua conversão, o apóstolo Paulo conhecia a lei. A lei dizia ‘não matarás’, e como ele perseguia e matava cristãos? Se você souber a letra mas não tiver a experiência da prática na vida com o Espírito, a letra é morta”, afirma.
“Toda vez que Jesus ensinava algo, Ele dizia ‘vá e faça’, porque o ensino vem acompanhado da prática. A Igreja não pode ser só um lugar de receber informação. A Igreja recebe a palavra, medita nela e a aplica. Em nome de Jesus, vá e cure os doentes, expulse os demônios e pregue a Palavra!”
O pastor da Igreja da Cidade destacou ainda que “não é preciso inventar nada, quem tem Jesus, tem tudo.”
“A Igreja não pode ser um supermercado da fé e nem uma sala de estudo bíblico. A Igreja é uma grande família para pertencer. A Igreja não é o lugar onde você dá uma oferta em troca de uma bênção, não é onde você vai uma vez por semana para avaliar a banda e a pregação do pastor, é uma família para pertencer. E família a gente não troca pela outra só porque a gente não gosta. A gente trabalha para transformá-la”, concluiu.
Sobre a Voz dos Apóstolos
A Voz dos Apóstolos já acontece há 20 anos nos Estados Unidos, com a proposta de reunir os “generais da fé” dos dias modernos a fim de transmitir ensino, capacitação e unção.
No Brasil, a conferência esteve em sua 2ª edição, de 5 a 8 de outubro, na Igreja da Cidade, em São José dos Campos (SP).
Além de Randy Clark, idealizador do encontro, houve preletores brasileiros como Carlito Paes, JB Carvalho, Abe Huber e Paulo Mazoni. Entre os internacionais, estão Leif Hetland, Tom Jones, Katherine Ruonala, Kim Maas, William Wood, Charity Cook, Richie Seltzer e Brian Starley.