Cuba: Igreja com mais de 30 anos é fechada e pastores são ameaçados
Uma igreja em La Palma, Noroeste de Cuba, recebeu um aviso do governo para que os membros deixem o local, alegando que a propriedade foi ocupada de “maneira irregular”.
A igreja, porém, já está no local há mais de 30 anos, onde há inclusive uma casa pastoral. A polícia chegou a ameaçar os pastores, caso não saiam voluntariamente do terreno no período exigido.
A desculpa das autoridades para expulsar os cristãos é que precisam do espaço para construir casas para mulheres que são mães solteiras com mais de três filhos. A igreja, o pastor e os membros estão abalados, sem saber para onde ir ou o que fazer.
Sem diálogo e sem acordo
A decisão repentina e arbitrária foi tomada pelo governo ditador, sem nenhum tipo de diálogo, aviso prévio ou outras propostas de solução.
De acordo com a Portas Abertas, há seis meses o pastor Lorenzo Rosales Fajardo enfrentou um desafio semelhante ao ser condenado por participar de protestos pacíficos.
Até mesmo a ONU questionou a forma como o pastor foi tratado. Cinco relatores especiais levantaram preocupações sobre o caso dele, questionando a detenção, o subsequente desaparecimento forçado de curto prazo, maus-tratos e processos.
A ação demonstra o quanto a igreja em Cuba está sendo pressionada. O próprio Irmão André, fundador da Portas Abertas, chegou a tentar um diálogo com as autoridades cubanas, sem sucesso.
A organização pede orações para os cristãos em Cuba, para que resistam aos tempos difíceis e permaneçam firmes na fé.
Situação da Igreja em Cuba
Ocupando o 37º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2022, Cuba é uma nação que busca controlar a Igreja, desde que adotou o comunismo como sistema de governo, em 1959.
Manifestantes e vozes que se opõem ao governo são calados com prisões e multas. Quando líderes cristãos reagem, passam a ser perseguidos e suas igrejas são fechadas.
O registro para novas igrejas com frequência é negado, já que as autoridades querem controlar e limitar sua influência. Dessa forma, a única opção é atuar como “igreja ilegal”, normalmente de forma doméstica.
Além disso, o governo controla todas as mídias e restringe o acesso ao mundo exterior, então é muito difícil para os cristãos se comunicarem no país.