“Foi dentro da prisão que eu tive um encontro com Jesus”, diz sobrevivente do Carandiru
“Agradeço muito por ter sido escolhido”. A frase carregada de sinceridade e simplicidade foi dita por Rodiney da Silva Pereira, um ex-presidiário e dependente químico que vive o que ele mesmo chama de “constante processo de restauração”.
Em entrevista exclusiva ao Guiame na Expoevangélica 2019, o sobrevivente do Carandiru contou como Deus o resgatou das drogas, da criminalidade e o capacitou para se tornar missionário dentro desses mesmos ambientes que antes o atormentavam.
Falando sobre seu passado difícil que o levou às drogas e à vida no crime, Rodiney explicou que hoje tudo se tornou uma forte lembrança que o ajuda a compreender a obra de Deus em sua vida.
“Lembrar do passado é poder entender aquilo que o restaurador de vidas fez, que foi mudar toda a minha história. Foi um momento difícil, em que eu não tive o apoio dos meus familiares, em que tomei uma decisão muito precipitada, que foi a decisão de seguir com pessoas erradas, que me levaram para o caminho errado e diante disso a minha vida perdeu o controle”, explicou.
“Eu achava que estava no controle da minha vida, que poderia usar drogas no momento certo, mas chegou um momento da minha vida que eu perdi o controle, no qual eu fui conhecer um dos maiores presídios do estado de São Paulo, que se chama Carandiru. Lá eu passei por momentos difíceis, dolorosos, momentos que não foram fáceis, mas também foi onde eu percebi o cuidado de Deus, o amor de Deus sobre a minha vida. Ali eu tive grandes experiências”, acrescentou.
O trabalho do Restaurador
A história de Rodiney está sendo contada em seu novo livro intitulado “O Restaurador de Vidas”, que deve ser lançado muito em breve. É justamente a este grande Restaurador, que ele credita toda sua mudança de vida.
Rodiney destacou a lição mais importante que aprendeu com o Restaurador: amar o próximo e também a si mesmo.
“Acredito que esse é o grande objetivo, o grande ensinamento que o restaurador de vidas me ensina: ‘amar o próximo como a mim mesmo', como diz a Palavra de Deus. Eu acredito que nesse momento é que nós entendemos a graça, o cuidado de Dele”, afirmou.
“Não foi fácil, eu passei por um processo muito difícil, muito tenso, mas dentro desse processo eu entendi o amor de Deus e venho aprendendo, com muita simplicidade a conhecer melhor esse restaurador de vidas”, lembrou.
Instrumentos de Deus
Rodiney reconhece que todo o seu processo de restauração envolveu – e ainda envolve – o poder sobrenatural de Deus, mas destacou que é justamente nesse poder sobrenatural que pessoas também são usadas como instrumentos para a recuperação de indivíduos com um passado como o dele.
“Eu entendo que eu precisei de pessoas que foram instrumentos de Deus para poder me ajudar com a minha própria vida e para eu poder me reconhecer, entender que eu era amado, querido; poder diante de uma situação tão difícil, em que as pessoas acham que o cara que está preso não tem oportunidade, mas dentro desse processo eu senti a essência do amor de Deus para entender o cuidado Dele sobre tudo isso, Dele trazer pessoas para perto de mim, que mesmo sem saberem quem eu era, me amaram, me respeitaram, me ensinaram”, disse.
“Hoje, o restaurador de vidas me ensina a ensinar o próximo, a ensinar aquele que está preso, que está internado, aquele que está na rua”, acrescentou.
Escolhido
Rodiney não tem dúvidas de que sobreviveu a tudo o que passou pela graça de Deus e hoje reconhece que foi escolhido para cumprir um propósito.
“Agradeço muito por ter sido escolhido. Uma coisa muito impactante que gosto de deixar para as pessoas é que eu não conheci a Jesus e não me entreguei a Ele dentro do sistema prisional, mas foi dentro de uma prisão máxima que eu tive um encontro com Jesus. Foi lá que eu disse: ‘Deus se realmente o Senhor existe, me tira desse lugar. Eu não aguento mais!'. Ele não me respondeu, mas disse profundamente ao meu coração: ‘assume as suas atitudes'. Diante disso eu assumi as minhas atitudes e comecei a mudar a minha vida”, lembrou.
“Aquele que roubava, que queria fugir, que queria fazer maldades não existia mais, porque ele começou a viver um novo processo e, dentro desse processo, Deus foi permitindo trazer pessoas que pudessem me abençoar e me ajudar”, explicou.
Hoje, Rodiney e sua esposa Ana Paula trabalham como missionários, evangelizando presídios e casas de recuperação.
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