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Jogador iraniano é condenado à morte por defender os direitos das mulheres


Jogador iraniano é condenado à morte por defender os direitos das mulheres

O jogador de futebol Amir Nasr Azadani foi condenado à morte e pode ser enforcado por participar dos protestos pelos direitos das mulheres no Irã, conforme notícias do G1. 

Com o crescimento dos protestos a favor dos direitos das mulheres, artistas famosos do Irã e jogadores de futebol se juntaram às manifestações.

Durante a Copa, os torcedores iranianos também se manifestaram nos estádios, mas alguns foram proibidos de entrar com a bandeira persa.

A bandeira persa e do Irã são parecidas, mas na primeira há imagem de um leão e de um sol, e na segunda, símbolos islâmicos.

Entenda a situação de Azadani

Segundo a mídia estatal iraniana, Azadani foi acusado de traição e de ser “supostamente” um dos responsáveis pela morte de três agentes de segurança durante um protesto em 16 de novembro.

Vale lembrar que um dos jovens executados, recentemente, também foi acusado por matar agentes de segurança durante os protestos, porém no vídeo exibido durante a audiência não é possível ver o rosto do criminoso. 

O jogador também foi acusado pelo governo de participar de um “grupo armado e organizado” que teria como objetivo atacar a República Islâmica do Irã.

O sindicato global de jogadores de futebol Fifpro disse estar “chocado e enojado” por Azadani estar enfrentando uma possível sentença de morte “depois de fazer campanha pelos direitos das mulheres e liberdade em seu país”.

‘O futebol deveria parar por Azadani’

“As seleções deveriam se recusar a jogar a final da Copa do Mundo em solidariedade a um companheiro de profissão”, disse o comentarista esportivo Walter Casagrande Jr, que também é colunista no UOL.

Segundo Casagrande: “O futebol não pode virar as costas para isso, e depende dos jogadores de futebol. Não podemos esperar nada de dirigentes da Fifa. Mas nós, jogadores e ex-jogadores, precisamos nos manifestar do jeito que cada um pode”. 

“É um dos nossos que covardemente está indo para morte, injustamente, apenas por se manifestar a favor das mulheres iranianas”, destacou.

“E vou mais além: não são só os jogadores de futebol que deveriam reagir, mas sim os esportistas de todo o mundo, porque ele é um representante do esporte que foi corajoso ao colocar a sua vida em risco por defender a causa dos direitos humanos”, continuou.

Sobre as manifestações no Irã

Nos últimos meses, uma grande onda de manifestações tem agitado o Irã. Os atos ocorrem em oposição ao regime do líder supremo, Ali Khamenei, principalmente depois que Mahsa Amini, de 22 anos, foi espancada por policiais por não usar corretamente o véu islâmico. 

Depois disso, a revolta dos iranianos transbordou. E, em vez de recuar de sua violência, as autoridades do país tentam resolver a questão dos protestos com mais violência. Dois manifestantes anti-governo já foram executados, causando indignação internacional. 

E, enquanto o povo continua nas ruas, os atletas do Irã, que participaram da Copa do Mundo no Catar, aproveitaram a ocasião para ampliar o protesto. “Todos os 11 jogadores titulares ficaram em silêncio enquanto o hino era tocado no Khalifa International Stadium”, conforme o G1.

Recentemente, um jogador de futebol de areia, Saeed Piramoon, comemorou um gol fazendo uma mímica para indicar que estava cortando o cabelo — muitos manifestantes cortam o cortam o cabelo como forma de protesto no Irã.

Violação aos direitos humanos

O regime iraniano impõe suas visões religiosas a todos, o que viola as normas internacionais sobre liberdade de expressão, direitos das mulheres e liberdade de religião ou crença. 

Nota-se o claro objetivo por parte das autoridades iranianas em criar uma “pureza demográfica muçulmana”. A forma como os extremistas islâmicos tratam os cristãos é uma prova disso. 

Até mesmo os muçulmanos convertidos ao cristianismo são submetidos às regras islâmicas, sob o risco de serem presos, torturados e até mortos. Há notícias de cristãos sequestrados e muitos que tiveram seus bens confiscados por motivos religiosos.

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