Médico sobrevivente do Ebola volta à África como missionário: “Deus abriu as portas”
O Dr. Kent Brantly fez manchetes pelo mundo há cinco anos quando contraiu o vírus Ebola enquanto tratava de pacientes na Libéria e quase morreu. Hoje o médico cristão está preparado para voltar ao campo missionário da África.
“Foram cinco anos de cura emocional, cura espiritual e crescimento”, disse o médico, de 38 anos, ao The Christian Chronicle. “Acho que crescemos e fomos capacitados durante esses cinco anos de uma forma que não fomos antes de irmos para a Libéria”.
Em 26 de julho de 2014, Brantly recebeu a confirmação do diagnóstico de Ebola através do Dr. Lance Plyler, diretor da Missão Médica Mundial, vinculada à organização Samaritan's Purse. Agora, Plyler procurou Brantly e seu primo, Dr. Stephen Snell, para sugerir uma nova missão na Zâmbia.
Plyler citou a necessidade de médicos no Hospital Mukinge Mission, uma instalação de 200 leitos em uma área rural a cerca de 160 quilômetros do supermercado mais próximo. São cerca de três horas da fronteira da Zâmbia com o Congo.
“Nós gastamos tempo orando, jejuando e conversando sobre isso… E Deus realmente abriu as portas a cada passo do caminho”, disse Brantly, que fará a mudança com sua esposa, Amber, que é enfermeira, e seus dois filhos, com 8 e 10 anos de idade.
De 2014 a 2016, o surto de Ebola na África Ocidental custou 11.325 vidas, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Depois de se recuperar do Ebola, Brantly se concentrou em usar seu caso para chamar a atenção para a crise do Ebola. Na época, ele e Amber se encontraram com o presidente dos EUA, Barack Obama, na Casa Branca. Seu rosto apareceu na capa da revista Time como Personalidade do Ano de 2014.
“Nos anos seguintes, depois de me recuperar, realmente tentamos usar a plataforma para pedir ajuda ao povo da África Ocidental e compartilhar a mensagem com toda a sociedade, mas particularmente com a igreja, a importância de escolher a compaixão ao invés do medo”, disse o médico.
Dr. Kent Brantly com sua esposa, Amber, sua filha de 10 anos e seu filho de 8 anos no Texas. (Foto: Kent Brantly)
Mas no final de 2017, Brantly recuou. Ele passou a recusar a maioria dos compromissos públicos e se concentrou em atender aos moradores mais carentes de Fort Worth. Nesse período, a família se mudou para um complexo de apartamentos cheio de refugiados e imigrantes.
Brantly se sente compelido a fazer a diferença no mundo, já que ele viveu enquanto tantos outros morreram. “Sugerir que havia algo em mim que fez Deus salvar a minha vida enquanto permitia que outras 11.300 pessoas morressem, não é algo que eu concordo”, disse ele.
“Eu acredito que Deus salvou minha vida? Sim. Mas eu acho que Deus salvou minha vida por um propósito predeterminado, porque Ele queria que eu fizesse algo, como me mudar para a Zâmbia? Não tenho certeza se entendo a obra de Deus no mundo dessa maneira”, acrescenta.
Depois de refletir um pouco mais, Brantly apenas define sua gratidão a Deus por salvar sua vida. Essa gratidão o inspira a “viver uma vida que seja fiel ao chamado que Ele me deu”.
“Neste momento, eu acredito que isso significa me mudar com a minha família para a Zâmbia para servir num hospital missionário — para servir os pobres, ter compaixão pelas pessoas necessitadas e participar na obra de Deus, de tornar todas as coisas novas e consertar as coisas quebradas neste mundo”, completou.
A igreja Southside Church of Christ, em Fort Worth, no Texas (EUA), onde sua família tem congregado na maior parte da última década, irá apoiá-los. “Estamos confiando que Deus abriu as portas e irá preparar o caminho”, disse Brantly.
Fonte – guiame