Senador italiano é criticado por citar a Bíblia ao condenar o casamento gay
Um parlamentar de direita virou alvo de críticas na Itália por citar a Bíblia ao apontar a prática da homossexualidade como “abominação”.
Lucio Malan, de 62 anos, é o principal líder dos Irmãos da Itália no Senado; um partido de direita liderado por Giorgia Meloni, que foi eleita primeiro-ministra da Itália em setembro.
O político fez os comentários na terça-feira (22) na Rai Radio 1, depois de ser confrontado por ser contra o casamento gay e e se opor a um projeto de lei anti-homofobia, votado pelo Senado italiano em outubro.
Os radialistas então questionaram por que Malan se opõe ao casamento gay, sendo que é membro da Igreja Evangélica Valdense — uma denominação protestante do norte da Itália com uma visão liberal, que aceita relacionamentos homossexuais.
“Não somos obrigados a obedecer [à igreja]”, respondeu ele. “A Igreja Evangélica Valdense é fundamentada na Bíblia e não em sua hierarquia.”
E completou: “A Bíblia diz que a homossexualidade é uma abominação e uma série de outras coisas”.
Sua fala faz referência ao versículo de Levítico 18:22, que diz: “Não se deite com outro homem para ter relações com ele como se fosse mulher; é abominação.”
Críticas da oposição
Os comentários de Malan provocaram uma onda de críticas que uniu a oposição da Itália, bem como associações LGBTQ e até mesmo teólogos católicos.
“Em qualquer país ocidental, Malan já teria sido afastado do cargo de chefe da bancada pelo secretário do partido”, disse Carlo Calenda, líder do partido centrista Azione, em um post no Twitter.
Meloni ainda não se pronunciou sobre a polêmica. A nova primeira-ministra italiana compartilha a mesma visão de Malan sobre o casamento homossexual, mas denunciou repetidamente a homofobia ao longo de sua carreira.
Em resposta a onda de críticas, o senador compartilhou um comentário no Twitter que implicava que suas palavras foram tiradas do contexto, e alegou que ele estava apenas citando a Bíblia.