Sucot: Pastor explica como a Festa dos Tabernáculos aponta para Jesus
A Festa dos Tabernáculos ou Sucot teve início ao pôr do sol do último domingo (9) e vai durar 7 dias. Durante esse período, as famílias em Israel devem habitar em cabanas ou tendas, como é o costume.
A Bíblia descreve a festa no Pentateuco, que tinha início no 15º dia do sétimo mês, como um dia a ser considerado uma “santa convocação”, ou seja, um dia em que nenhum trabalho comum deveria ser feito.
O povo oferecia sacrifícios regulares durante a semana e, no 8º dia, após a última oferta, fazia o descanso solene.
Festa dos Tabernáculos no Novo Testamento
De acordo com o pastor e professor de Teologia, Kevin Burris, em seu artigo no The Gospel Coalition, nos tempos do Novo Testamento, os judeus adicionaram outros rituais, que podem ser encontrados no Talmud.
“Essas adições incluem mais luzes e os cantos ‘The Egyptian Hallel’ e ‘Os Salmos dos Degraus’. A festa termina com a cerimônia do derramamento de água, usada como símbolo em passagens proféticas que falam sobre a vida em abundância”, explicou.
Tempo, tabernáculo e sacrifício
A festa coincidia com o término da colheita agrícola anual, então o povo celebrava a bênção de Deus sobre as sete principais colheitas de Israel: uvas, figos, romãs, azeitonas, tâmaras, trigo e cevada.
A ação de graças que durava uma semana também precedia a estação chuvosa na esperança de que Deus renovasse a terra e mais uma vez desse uma colheita abundante no próximo ano.
A simbologia dos tabernáculos era para lembrar das habitações temporárias feitas pelas pessoas que peregrinaram no deserto, durante 40 anos.
Já os sacrifícios, conforme explica o pastor, era uma celebração de agradecimento pelas colheitas agrícolas. As luzes que são usadas na atualidade, durante a festa, junto com a água e os cânticos sobre salvação, indicam a conexão com Deus desde os tempos antigos.
‘Jesus veio “tabernacular” conosco’
Em seu Evangelho, João repetidamente apela às imagens do Tabernáculo para nos mostrar que Jesus veio habitar ou “tabernacular” conosco e nos prover, conforme explica o pastor. João 1.14 diz que “a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós”.
“E, nos primeiros sete capítulos de João, a palavra ‘água’ aparece 22 vezes, citando as narrativas sobre João Batista e Jesus andando sobre o mar. O uso mais frequente da palavra ‘água’ está em João 4, onde Jesus fala com a mulher samaritana sobre a ‘água viva’ que ele proverá para os verdadeiros adoradores”, continuou.
“Em João 7, Jesus participa secretamente da Festa dos Tabernáculos e descobre um debate sobre sua identidade. No meio da festa, Ele ensina abertamente no templo. O povo acredita nele, mas os líderes religiosos o rejeitam e procuram prendê-lo”, lembrou.
Depois, cita que no último dia da festa, Jesus se levanta, clama e declara que ele é o cumprimento dos Tabernáculos: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu coração fluirão rios de água viva' [vers. 37-38]”, mencionou também.
‘Um grande significado para nós’
O pastor continua sua explicação dizendo que o livro de João aponta para a provisão do Espírito Santo após a ascensão de Jesus: “Depois de chamar o povo para beber, Jesus afirma ser a luz do mundo, que dá vista aos cegos”.
“Jesus cumpre a Festa dos Tabernáculos e isso tem um grande significado para nós porque ainda precisamos de sua presença e provisão. Embora habitemos nas tendas de nossos corpos terrestres corruptíveis, temos um lar permanente à nossa espera, no céu”, destacou.
“Recebemos a promessa do Espírito Santo, ele foi ‘derramado’ como água eterna e vivificante, conforme Joel 2.28–29 e Atos 2.17–18. Assim como Jesus declarou no ‘Grande Dia’ da Festa dos Tabernáculos, ele ainda ilumina as nações e chama a todos os que têm sede para tomar da água da vida”, disse.
“Por meio de Cristo, podemos entrar no descanso solene. Recebemos a promessa do Espírito Santo, não com moderação ou temporariamente, pois Ele se derramou abundantemente, de forma eterna e vivificante”, finalizou.