Ex-jogador da Grécia é condenado à prisão por dizer que “Deus criou Adão e Eva”
Um dos jogadores de futebol mais lendários de seu tempo foi sentenciado à prisão e multado por postar mensagens que revelam sua crença em Deus, mas que foram consideradas “transfóbicas” nas redes sociais.
“Deus criou Adão e Eva”, escreveu o atleta aposentado, em seu Facebook, na segunda-feira (7). Vassilis Tsiartas, de 49 anos, também foi criticado ao se opor a uma lei de 2017 — que reduziu para 15 anos a idade mínima legal para a troca de sexo.
O projeto de lei foi aprovado, removendo a exigência médica para o tratamento de transição de gênero: “Espero que as primeiras mudanças desta lei atinja os filhos daqueles que votaram nessa abominação”.
No momento, a pena de prisão está suspensa, o que significa que o atleta não ficará atrás das grades, a menos que cometa outra violação dentro de um determinado período de tempo condicional.
Mais críticas ao movimento trans
Vassilis, que já jogou pela seleção nacional de futebol da Grécia, tornou-se alvo da ação legal através de Marina Galanos, uma ativista trans grega. Na época, ela assumia a presidência da Associação de Apoio a Transgêneros e Intersexuais. Galanos faleceu em 2021 enquanto o processo ainda estava em andamento.
No entanto, Vassilis não é o único a protestar contra as imposições LGBT em seu país. Kyriakos Mitsotakis, político e líder do Partido Nova Democracia, de centro-direita, também foi às mídias sociais para postar sobre o assunto.
No Facebook, o atual primeiro-ministro da Grécia escreveu: “É inconcebível proibir que jovens de 15 anos consumam álcool e, ao mesmo tempo, permitir que eles tomem uma decisão tão importante”, disse ao se referir à transição de gênero.
A Igreja Ortodoxa Grega também se opôs à legislação e pediu sua retirada. Originalmente em grego, a Igreja publicou uma declaração dizendo que o projeto “desafia os costumes e o bom senso e, acima de tudo, destrói as pessoas”.
“A dignidade humana vem de um poder superior à humanidade”
Ao ser apontado como transfóbico, Vassilis explicou que sua objeção está baseada em sua fé. O ex-jogador criticou o extremismo da ideologia de gênero e a redefinição do casamento.
“Qualquer um pode ter suas preferências e eu respeito isso completamente. Porém, para mim, um casal é um homem e uma mulher, os outros estão apenas juntos. Não tenho que aceitar todos os ‘casamentos’ e desfiles ou qualquer outra coisa que eles chamem de normal”, escreveu também.
Além disso, o jogador disse que não tem tempo para aqueles que afirmam que as ideias conservadoras são racistas.
“A dignidade humana vem de um poder superior à humanidade. Deus criou Adão e Eva. O restante [das identidades de gênero] foi fabricado para consumo”, resumiu.
Valores bíblicos x Valores transgêneros
Por usar sua liberdade de expressão, Vassilis recebeu uma pena de prisão de 10 meses e uma multa no valor de 5 mil euros [equivalente a 27.500 reais], por parte do Tribunal de Contravenções de Atenas.
A Transgender Support Association, que abriu o processo contra o ex-jogador, chamou a punição de suas visões bíblicas de “particularmente importante para a comunidade transgênero”. Ele planeja recorrer da decisão.
Essa é a segunda vez que um tribunal europeu decidiu que os valores bíblicos violam os direitos humanos de indivíduos transgêneros.
A condenação de Vassilis por suas declarações é a primeira sob a lei “anti-racista” grega 927/1979 por “incitação pública à violência ou ódio devido à identidade de gênero”.
A lei 927/1979, embora nomeada para discriminação racial, foi alterada em 2014 para cobrir um amplo espectro de características protegidas, incluindo raça, cor, religião, origem étnica, orientação sexual, identidade de gênero e deficiência, conforme o Reduxx News.
Imposição da ideologia de gênero
Em 2019, um tribunal britânico decidiu que “a falta de crença no transgenerismo”, nos julgamentos, conflitam com os direitos fundamentais e passou a discordar do uso de Gênesis 1.27 como a pedra angular dos direitos humanos.
No começo deste ano, o médico inglês David Mackereth, criticou a imposição do uso de pronomes transgêneros e disse que o movimento LGBT tem se assemelhado ao nazismo.
O profissional, que é um cristão batista, foi demitido de seu emprego por se negar a trocar os pronomes durante uma consulta: “Me recuso a chamar qualquer homem barbudo, de 1,80m de altura de senhora”.
Segundo Mackereth, o caso dele afeta a todos e não apenas os cristãos que creem na Bíblia. “Afeta qualquer um que esteja preocupado com o discurso forçado e a ideologia transgênero sendo imposta aos sistemas de saúde e outros serviços públicos”, enfatizou.
“Como cristãos, não estamos tentando ser indelicados com as pessoas, de forma alguma. Nós fomos chamados a amar todas as pessoas com amor cristão, mas não podemos amar as pessoas de verdade quando vivemos e disseminamos uma mentira”, concluiu.